Eu gostaria de impedir-me antes de começar algo que doa tanto para se parar.
Porque viver me fez partir-me em mil pedaços novos, partes únicas como eu e que viveram vidas próprias, que não podem conviver com o futuro. Como mil sementes germinando num solo fertil, num único solo fertil, uma subindo à outra, suprimindo a outra vida por escolhas.
Porque o que aprendi é impagável assim como a dor das sementes e das raizes, a dor de romper os laços, a dor de separar a raiz de um solo tão fertil para que uma de duas gêmeas germine. Como escolher naturalmente entre qual de dois fios de cabelo arrancar, não sendo um melhor que o outro. Mesmo sabendo que este pode vir a morrer antes do que se pretendia. Lembrando que a vida não depende só da semente e que germinar pode levar-nos a cair sobre o solo fertil que se tornou nosso passado, separando-nos da luz que tanto vivemos e perseguimos.
Como poderei matar tantos de mim para ser só um e tão frágil diante do mundo de outros não-eus. Como querer ser frio para ser forte diante dessas mortes, como quere-las como mortes assim, ao mesmo tempo? Como assumir apenas uma vida como um jogo de dados, sem levar-se a lugar seguro por mais que uma rodada? Por que?.
Por que poderia eu matar qualquer vida dentro de alguém que não eu? Tão pouco. Pois estas sementes não se germinam sozinhas sobre o solo, crescem de um x e um y e sem um deles não haveria verde, ou cor qualquer. Como poderia então matar tanto a mim quanto as outras que fazem parte de mim e eu delas?
E cada segundo de vida é crescer. Cada um deles cresce e alcança mais e mais os sonhos. Cada sonho mais como um fruto, mais grande e pesado, para se colher. E cada segundo, uma dor a mais, num fruto e numa planta cada vez mais madura, se morrer. Como então permitir que morra e como permitir que não germinasse? Como podem as flores desfalescer?
Como pode o sexo cessar e o amor valer-se de dor em seu lugar? sexo é a flor do amor, num gosto, num outro prazer e com terceiras intenções. por que então não vira fruto ou vida, mas seca? Por que se permite a tanto. De onde vem um filho tornar-se mesntruação e uma mãe, uma mulher ferida? como uma flor maltratada. De onde vem um homem ser planta viva ou morta, uma mulher ser flor viva ou morta. Como desentrelaçar a flor da planta, por menor que seja sem mata-la e sem tosa-lo, impedir-lhe a natureza para a qual nasceu? E escolher dentre todas as flores e plantas que viveram em conjunto até então...
Se faze-lo, porque não pareceria um massacre? O que faria de uma só planta santa sobre as mortas e de que adiantará o solo fértil então? De que valhe essa planta heróica sobre a scatered land? Como poderia a rosa solitaria ser muito feliz apenas com seu principe, mesmo sendo o que deseja?. E o que é que nos pôs nesse caminho desde então, de onde veio tal vocação para a vida?
Para tanta vida, que insiste em germinar aos pés de um herói enlameado pelo passado de outras históras, agora findas. Que autoridade leva-nos ao prícipio frustante para quem cai e magnifico para quem cresce. Porque nossa autoridade insiste nesse ciclo imortal de vida teimosa, de habitar nos todos, planetas, plantas, chamas e almas? Porque devo eu me dividir? e os que se separam não podem mais estar vivos diante de mim e deste cíclo...e que no fim, entre mortos e cansados, a vocação ecoa para todos, que vivam, que naçam e refaçam seus prazeres como em quatro estações da quais só ouvi falar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário